Texto:
Mirella Figueirêdo
Assim foi batizado com honra o terceiro e mais recente trabalho da horda Malleus. Oriundo do Rio de Janeiro, o Malleus executa um Black Metal original, ríspido e cru, com cadenciadas nas horas certas e com similar sonoridade a bandas como Emperor e Satyricon. Apesar de a formação alterada por diversas vezes, o que o Malleus passou de 2004 para os dias atuais é o que posso chamar de resistência e superação (tendo em vista que não é toda banda que permanece erguida em meio às dificuldades), portanto o Malleus encontra-se na atividade munida da atual formação: Igo (vocal), Haeghuen (guitarra), Lord Aghäven (baixo e vocal) e Cris Krieg (bateria). Este full-length, como já mencionado, é o terceiro registro da banda, a qual possui na bagagem, também, uma Demo (“Into The Black” – 2008) e uma EP (“Verum Legis” – 2009). O “Under the Evil Shadows”, que foi lançado em maio desse ano, é mais um lançamento da Metal Reunion com parceria com a Anaite Records, e mais catorze selos unidos, possui cinco faixas que fizeram parte de trabalhos anteriores, e mais duas faixas inéditas, todas composições próprias, totalizando, portanto, sete faixas de verdadeiros hinos de blasfêmia. Todas as faixas são agressivas e instigantes, por sua vez é possível ouvir no trabalho do Malleus solos do baixo, o que é bem raro de se ouvir em bandas do estilo, exemplo disso é a “Mirror of Pain”, presente no EP “Verum Legis”. E não é só isso! Podemos presenciar nesse álbum ótimas melodias, com excelente coral, como mostra a segunda faixa, “Dark Prophecy”; riffs rápidos e bem elaborados como na “Renegated by Light”; um belo trabalho na bateria, expondo bem os pedais duplos e os pratos, como conferimos em “Infinity of Darkness”; alternância entre o brutal e o cadenciado, unidos a uma melodia criativa, com riffs poderosos, é mostrado em “Behated Unholy Order”, uma música inédita. Em minha opinião a gravação do material está bem acima da média, sendo também bastante perceptível o grau de seriedade em que tal trabalho é apresentado, o que os diferencia das muitas demais ‘hordas’ existentes por aí. Os vocais são audíveis e entendíveis, um diferencial a mais, pois assimilar o que se é espalhado à humanidade é um fator importantíssimo! O material gráfico conta também com encarte atraente em preto e branco, contendo as letras de todas as faixas, e também algumas informações e agradecimentos, fotos dos membros e uma arte que tenho de destacá-la. Trata-se do que se diz ser o nazareno, com uma arma apontada em sua nuca, expressando morte ao cristianismo. A imagem fala mais que mil palavras. Enfim, o melhor de tudo é saber que é Metal Negro brasileiro! Malleus merecedora de destaque, pois seus trabalhos não nos deixam com a sensação de mesmice. Empolgante do início ao fim! Confiram já!
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